Arquitetura de Informação e a Revista Veja

Achei muito interessante uma reportagem na Revista Veja (Edição de 26 de novembro de 2008 ) “Procuram-se novos especialistas” que apresenta as novas profissões que estão sendo requisitadas no mercado. Na reportagem a revista cita o “Arquiteto de Informação” como uma delas. Excelente para a propagação da nossa área mas infelizmente, seu conceito, na minha opinião, ficou muito restrito e em alguns aspectos um pouco equivocado. Olha só:

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Será que somos responsáveis somente em criar uma navegação “mais rápida” e ainda nos sites de vendas? E os objetivos do cliente?  O arquiteto de informação deve ser profundo conhecedor de todo o contexto em que seu cliente está inserido, propondo em seus wireframes (“planta baixa” do site) estratégias de comunicação online que atinjam o objetivo do cliente e que vão de encontro às boas práticas de usabilidade, propondo uma navegação amigável e intuitiva. Para isso, ele também deve estudar e conhecer a maneira com que o usuário interage na web e com outros meios de comunicação, a fim de propor uma solução relevante. É bom lembrar que atualmente o trabalho do arquiteto também está além do ambiente online, invadindo o mundo real como na estruturação de espaços físicos (lojas, por exemplo) sempre com a finalidade de facilitar a vida do usuário, para atingir os objetivos do cliente.

Em relação aos canditados à vaga de arquiteto de informação, onde está o pessoal de comunicação? A maioria dos arquitetos que conheço vêm dessa área. Acho que eles também se equivocaram quando dizem sobre a afinidade dos analistas de sistemas / técnicos em computação com o design gráfico.

E quem está contratando o arquiteto? É importante lembrar que o arquiteto de informação também tem espaço não só em provedores de internet, sites de vendas e agências de publicidade. Os clientes das agências e as empresas em geral que se preocupam com a comunicação com seus usuários já estão vendo a importância de se contratar esse perfil.

E você, o que acha? Deixe seu comentário.

Veja também:
Palestra sobre arquitetura de informação

21 Respostas para “Arquitetura de Informação e a Revista Veja

  1. Eu acho que a intenção da Revista Veja foi realmente transmitir somente uma pequena idéia do que este profissional faz, sem se aprofundar muito em cada assunto. Mesmo porque isto ainda é muito discutido entre os próprios profissionais de AI e não daria pra ser traduzido em um quarto de página da revista.
    Fora isso, foi uma iniciativa legal da revista em divulgar a profissão e trazer mais reconhecimento para a área.

  2. Só achei um erro absurdo eles colocarem a imagem de um arquiteto “típico” para representar um arquiteto de informação. Quem não conhece a profissão vai ter uma imagem equivocada, acreditar que pode ser uma ramificação direta da arquitetura. As principais ferramentas que deveriam estar representando o AI deveriam ser um wireframe, sitemap, um computador.. e não aquela régua (não sei exatamente o que é) e um cara de camisa e gravata.

  3. A imprensa está sempre gerando algum tipo de confusão ao falar sobre o profissional de arquitetura de informação. Aconteceu a mesma coisa quando saiu aquela entrevista no IDGNow.

    Mas acho muito legal a iniciativa de falar sobre uma profissão que cresce muito no Brasil. Vou a ler a matéria e devo escrever um post no meu blog também.

    Abraços.

  4. Outro equívoco da matéria foi o salário inicial. R$ 3500? Em qual Estado? Em que tipo ou porte de empresa?
    E se a única função do arquiteto for fazer o site ficar mais rápido para o usuário, basta então reduzir o peso das imagens e ter uma internet de maior velocidade…

  5. Eu concordo que existem informações incompletas, porém temos que tee em mente a idéia de que esse não é um tratado sobre as funções de um arquiteto de informação. É apenas uma “vitrine” da profissão, para que os interessados possam ter um ponto de partida para uma pesquisa mais apurada.
    Além disso, nem nós, na lista da AIfIA, conseguimos delimitar claramente onde começam e onde terminam nossas atividades em um projeto. Como em qualquer profissão, os limites são determinados pela necessidade do projeto pronto.
    De qualquer maneira, mesmo sabendo que isso vai trazer gente para a área que vai baixar o piso salarial, é interessante saber que um dia vão existir criancinhas que, quando perguntadas sobre o que querem ser quando crescer, respondam “Arquiteto de informação!” 🙂

  6. O erro maior foi em relacionar os profissionais da área de informática à profissão de arquiteto de informação. Me desculpa, mas os analistas de sistemas e programadores estão mais aptos para as questões tecnológicas de um projeto de site do que a parte de estruturação e organização.

    Acho que o correto seria citar que os “candidatos à vaga” seriam os profissionais das áreas de ciência da informação/biblioteconomia, comunicação social, etc.

    Erraram também na foto. Enfim, legal… mas poderia ser bem melhor… 😀

  7. Alexandre, só um comentário sobre sua mensagem: eu sou analista de sistemas, e nós, de formação técnica, temos sim uma visão muito estruturada e lógica das informações, o que nos ajuda a organizar melhor o conteúdo a ser apresentado. É claro que não é apenas de profissionais da área técnica que surgem bons arquitetos, porém, uma boa noção de algoritmos e organização de bancos de dados permite uma idéia muito clara de como separar e arranjar a informação.
    abraços!

  8. Pingback: Arquitetura de informação na lista das carreiras mais promissoras « Arquitetura de Informação

  9. Mesmo com algumas informações incompletas e confusas, fico contente que a profissão esteja sendo divulgada. =)
    Como a área de informações é multidisciplinar, tanto o pessoal de TI quanto os de comunicação pode trabalhar tranquilamente com AI. O interessante é juntar o conhecimento de todos para ter um profissional mais completo.
    []’s

  10. Pingback: Rogrio Pereira - Arquiteto de Informao » Blog Archive » Arquitetura de informao na revista Veja

  11. Realmente, com a simbologia e divulgação salarial foi cita fora de contexto, é muito bom saber que a uma revista de renome como a Veja tenha ao menos comentado do que seria essa profissão, acredito que muitos empresários de agências e grandes corporações terão outro conceito, não achando que é só mais um cargo pra preencher, mas sim ter alguém que vai mudar todo uma rotina de um site e porque não de uma empresa?

  12. Ana, eu trabalho de gratava todo dia… e levo aquela régua pra fazer meus wireframes no papel. Já a escada, ajuda quando preciso trocar lâmpadas na agência, afinal o perfil do arquiteto é ser multidiciplinar… hahah

    PS: a foto teve tom de brincadeira, não era pra passar a imagem ideal do arquiteto de informação..

    abraços!

  13. Logo que vi lembrei do blog e do quanto aprendi sobre Arquitetura da Informação no último ano.
    Não tenho como avaliar o que deveria ter sido dito, mas achei a importante a menção para massificação da profissão.

  14. Pingback: JdFreitas - Acessibilidade, Arquitetura da Informação e Usabilidade para a Web - João de Freitas

  15. Pingback: Ricardo Feltran - A.I. » Crescimento na profissão Arquitetura da Informação

  16. Sobre a reportagem mencionada fiquei com algumas dúvidas a respeito do salário mostrado na pesquisa… mas de qualquer forma fica claro que a arquitetura da informação – A.I. esta crescendo no Brasil.
    As empresas estão começando a entender o quanto se faz necessário a presença de um arquiteto.

  17. olah cattony,

    eu nao sei se eh a profissao do futuro, mas agora eu soh trabalho em projetos que tenham isto: http://www.vat19.com/dvds/giant-gummy-bear-on-a-stick.cfm?ADID=FAILnov08

    abs!!

  18. Well,
    Minha formação é em Design Digital e agora estou no primeiro semestre da Pós Graduação de A.I. na FIT em SP. Comecei a trabalhar exclusivamente com AI a um mês.

    Em relação à matéria da Veja, como todos, também concordo com algumas informações confuzas e um pouco fora de contexto, porém acho que é o início de uma longa discussão que podemos fazer para melhorar essa nova área cada vez mais. Assim como qualquer inicio de outra profissão, nós vamos ter os perrengues, terão os “profissionais” sobrinhos que farão muita merda e terão também os magos da área.

    A discussão é necessária até entendermos de fato que bicho é esse que está crescendo e que formas ele poderá tomar de acordo com nossa experiência, formação e metodologias.

    A questão da foto, concordo com o Jeferson. Acho que o ícone de arquiteto que está na cabeça das pessoas é este da foto e como aprendemos em AI, devemos mostrar ao leitor/inernauta aquilo que ele consiga identificar facilmente (principalmente num momento onde ninguém nos conhece). Se a Veja mostrasse um wireframe e um computador, talvéz o tópico não fosse assimilado pela imagem tão facilmente. Enfim, amanhã pode ser que essa imagem aí mude (ou não), vai depender do repertorio visual e conceitual que as pessoas terão daqui pra frente sobre a Arquitetura (de informação). =)

  19. Graciele de Fátima Simões

    Meu nome é Graciele, mas pode me chamar de Grazi. Sou nova aqui.
    Sou estudante do curso de Ciência da Informação (CI) da PUC Minas – BH/MG. Tive a oportunidade de ler a reportagem e também discordo da forma como foi abordado o perfil profissional. Estou estudando esse tema em minha monografia e essa são algumas das perguntas que procuro responder e que também tem me orientado no estudo. Essa profissão ainda está muito obscura, mas posso dizer com certeza ela é de suma importância nessa nova era “Era da Informação”. O objeto de estudo do profissional de informação com formação em CI está no mercado e tem muito a contribuir com a sua formação interdisciplinar.

    Atenciosamente,
    Grazi.

  20. Pois eu gostei da analogia com o arquiteto do “mundo real”. O fato de ser uma revista em papel talvez explique a analogia. Acho que foi uma forma de tangibilizar uma profissão difícil de ser entendida pelo público que não vive a nossa realidade.
    Erraram feio realmente em dizer que é necessário ser um cientista da computação para exercer a profissão. Conheço bem meus colegas de profissão e concordo com os demais: é uma profissão que casa melhor com os profissionais da comunicação, com certeza.

  21. tem uma brincadeira lá no frisete, dê uma olhadinha, se topar, vai ser legal.

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